DILEMA

https://youtu.be/K_sAgzRbMu4

sexta-feira, 29 de abril de 2011

O CARANGUEJO (nebulosa)



O ano de 1054 da nossa era, ficou para a história da astronomia como o ano em que a primeira supernova foi descrita pelos habitantes do planeta. O acontecimento foi registado no dia 4 de Julho, pelos astrónomos Chineses da dinastia Sung, que chamaram ao fenómeno, estrela convidada.
Mas também, por outros povos da Terra. Os índios Navajos, de Chaco Canon, no Novo México, gravaram o fenómeno, numa pedra, tendo o cuidado de aí colocar a Lua, na sua correcta fase, e algumas estrelas próximas, tal como observaram. Isso permitiu que os modernos astrónomos soubessem que o fenómeno registado por esses índios americanos, fora o mesmo que os chineses registaram.
O que aconteceu foi qualquer coisa de verdadeiramente surpreendente. Numa região do céu, na constelação do Touro, onde não havia nenhuma estrela proeminente, apareceu, subitamente, um luzeiro de grande intensidade a aumentar o seu brilho, de noite para noite, de tal maneira que, em poucos dias, o seu resplendor chegou a atingir cinco vezes o do planeta Vénus e ser claramente visível, em pleno dia!
Tratava-se duma supernova, ou seja: uma estrela que explodiu, debitando tanta energia em poucas semanas, como o nosso Sol o tem vindo a fazer, desde há milhares de milhões de anos!
Assestando os telescópios para o sítio exacto onde se verificou o acontecimento, os astrónomos de hoje podem observar uma nebulosa que, vagamente, faz lembrar um caranguejo, sendo conhecida por esse nome. Messier, um astrónomo que elaborou o primeiro mapa celeste dos tempos modernos, deu-lhe a designação de M 1. Encontra-se a mais de três mil anos luz da Terra e no seu centro está um estrela de neutrões – um pulsar – que gira sobre si mesmo, trinta vezes por segundo.
Quando, a intervalos de quarenta ou cinquenta anos, se tiram fotografias ao pulsar, pode ver-se que a explosão não chegou ao fim. Na verdade, filamentos visíveis de matéria, ainda se afastam do centro, a cerca de mil quilómetros por segundo, passado que foi mais dum milénio, sobre esse tão extraordinário acontecimento!

domingo, 24 de abril de 2011

A RADIAÇÃO SOLAR

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A radiação que chega até nós, vinda do Sol, é de natureza diversa e envolve uma série de fenómenos diversos. Para os povos mais antigos, ela resumia-se à luz visível e, mesmo assim, essa luz parecia ser una e indivisível. No entanto, os estudos do inglês Thomas Young, vieram a mostrar a realidade dessa luz. Ela, de facto, é composta de várias luzes diferentes, que podemos verificar (e apreciar) num arco-íris. Quando se dá esse belo fenómeno atmosférico, a luz solar é decomposta em luzes de sete cores diferentes. O mesmo se passa quando a fazemos atravessar o prisma óptico, em laboratório. Ao atravessar o prisma de vidro ou a viajar por entre as gotículas de água que se mantém em suspensão depois da chuva, o conjunto da ondas luminosas que compõem a luz solar, é fraccionada segundo as suas características electromagnéticas. A cada uma dessas cores corresponde um diferente comprimento de onda da radiação solar e cada uma dessas luzes tem características físicas diferentes. Por exemplo, ela é mais fria e mais penetrante nas imediações do violeta e mais quente e menos penetrante, nos vermelhos.
No entanto, a radiação solar não se esgota nestas sete cores e seus correspondentes comportamentos físicos. Além dos raios ultravioletas, que têm um efeito nocivo e perigoso na pele dos veraneantes (mas também no resto da fauna e da flora do planeta...), particularmente se se trata dos ultravioletas duros, que são os mais penetrantes, temos ainda a os raios x e os raios gama, muito mais perigosos que os ultravioletas. O ozone e a atmosfera protegem-nos dessas radiações mortíferas.
Ainda a considerar, na radiação solar, o efeito dos raios cósmicos que, como o nome sugere, parecem vir do Cosmos longínquo. Mas assim não é. Eles chegam-nos de todas as zonas do espaço cósmico e são oriundos de estrelas comuns, inclusivamente do Sol. São entidades como núcleos de hélio e até núcleos de elementos pesados. Chegam à Terra com velocidades apenas um pouco inferiores à velocidade da luz e geralmente não atingem a superfície do nosso planeta. Como são de dimensões idênticas ao oxigénio ou ao azoto da atmosfera, chocam com esses elementos ao entrar nas altas camadas atmosféricas, produzindo fenómenos interessantíssimos que são estudados atentamente na física atómica.
Para finalizar, vamos referir os neutrinos. O número de neutrinos que chega à Terra é colossal. Têm características que os tornam quase indetectáveis, porque são partículas electricamente neutras (tal como os fotões), e ainda muitíssimo mais pequenas que eles. Assim, não são atraídos ou repelidos pela matéria comum e passam facilmente por entre ela, sem esbarrar com os núcleos de todos os elementos da natureza (atravessam o nosso corpo, em todos os sentidos, sem que demos por isso e sem nos causar qualquer dano), podendo também atravessar de lado a lado toda a Terra (e mesmo o Sol), sem praticamente interagir com a matéria.
A existência desta partícula quase fantasma, tinha sido proposta pelo físico austríaco Pauli, em 1930, para tentar explicar determinados problemas que se punham com a desintegração do neutrão. Mas foi Enrico Fermi, ainda no mesmo ano de 1930, que elaborou um modelo para o átomo, que incluía o neutrino. Como era italiano, chamou-lhe neutrino, ou seja: pequeno neutrão.
A existência da partícula acabou por ser provada. Porém, subsiste um mistério. Porque é que chegam à Terra muito menos neutrinos dos que são previstos teoricamente?
Haverá qualquer coisa que ainda não foi bem compreendida nessa partícula fantasma, ou haverá algum erro importante, nos mais recentes modelos que procuram explicar o funcionamento do Cosmos?
Recentemente, pensa-se que se transformam, pelo caminho.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

O CRUZEIRO DO SUL

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A constelação do Cruzeiro do Sul não é visível nas nossas latitudes. Mas foi de grande importância para os europeus, antigos navegantes e descobridores das terras e ilhas austrais.
Servia de referência segura, para quem navegava nesses mares.
Assim como no hemisfério norte, a estrela Polar (da constelação da Ursa Menor), indica o polo Norte, também uma das estrelas do Cruzeiro do Sul, indica o polo austral.
Trata-se da estrela α (alfa), conhecida por Estrela de Magalhães, ou Acrux, a mais brilhante da constelação e uma das mais brilhante de todo céu nocturno. Na verdade, a observação ao telescópio, mostra que a α não é uma só estrela, mas duas!
É sempre visível nessas latitudes, pois faz a circunvalação do polo Sul celeste e nunca entra em ocaso.
Outras estrelas da constelação merecem referência: a β (beta), também muito brilhante e que se pode observar num dos braços menores do diagrama. Chamam-lhe Becrux, ou Mimosa.
No topo superior, podemos ver uma estrela avermelhada, denominada Rubídea. É, pela cor, uma estrela velha.
Uma interessante curiosidade desta constelação é que ela se encontra bem próximo duma das que compõem a constelação de Centauro, a estrela mais próxima de nós, a seguir ao Sol.
E, como se sabe, as estrelas do Cruzeiro do Sul (juntamente com outras), estão representadas na bandeira do Brasil. Todas essas estrelas representam os muitos Estados brasileiros.
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imagem Google

sábado, 2 de abril de 2011

SATURNO



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Os antigos atribuíam a este planeta uma grande importância celestial e divina.
No antigo Egipto, Saturno era “uma estrela geradora superior”, baptizada de Hor-ka-ker. Na mitologia grega, Saturno figurava o deus Kronos, o Tempo, e era o pai de Zeus. Para os assírios, tal como para os gregos, Saturno era o deus do Tempo. Também era adorado na China, como o “planeta eterno”, chamado Tien-Sing. Esta ideia de eternidade, ou longínqua proveniência, estava igualmente patente na mitologia indiana, onde era conhecido por “aquele que se move lentamente”.
Sob o ponto de vista astronómico, Saturno é um grande planeta gasoso, o último possível de ver a olho nu, da corte que rodeia o Sol. Por isso, é observado desde tempos imemoriais. A sua leve coloração amarelada e o seu aspecto, assemelham-no a uma estrela de primeira grandeza.
Só em 1660 foi possível observá-lo melhor, depois de Galileu ter inventado o telescópio, mas mesmo assim indistintamente, pois que o planeta está rodeado de anéis e eles mudam regularmente a sua posição em relação ao plano terrestre.
É umas 600 vezes maior do que a Terra e é constituído quase totalmente por hidrogénio, tal como Júpiter e o próprio Sol.