Em tempos modernos, foi o abade belga Georges Lemaître a avançar a ideia de que o Universo tinha tido início num único átomo, a que chamou "átomo primordial" ou "ovo cósmico".
Tal proposta foi feita nos anos 30. Esta ideia contribuiu para explicar as observações de Edwin Hubble (1889-1953) que, ao medir "o deslocamento-para-o-vermelho", de galáxias distantes – o chamado red-shift, percebeu o seu sucessivo afastamento e, por consequência, que o Universo se encontra numa bolha de expansão. A anterior e célebre "Teoria da Relatividade Geral", de Einstein (1915), também já previa esse afastamento e consequente expansão.
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Mas é curioso verificar que em muitas das antigas civilizações prevalecia a mesma crença. Entre outros, os chineses, os celtas, os egípcios, os gregos, os indianos e vários povos indígenas, também acreditavam num ovo cósmico, donde teria nascido o Universo. Provavelmente, ao perceber que muito do que é a Criação, provém dum ovo.
Geralmente consideravam que o ovo eclodira depois dum longo período de repouso, ou caos.
Alguns falam das forças criativas no interior do ovo em repouso, e esta ideia, curiosamente, de certo modo vem ao encontro do que hoje se pensa sobre o vácuo absoluto e as suas forças potenciais que, sem que se saiba porquê, a um dado momento se põem em acção, como terá acontecido no BiG Bang – o eclodir do "ovo cósmico".