DILEMA

https://youtu.be/K_sAgzRbMu4

terça-feira, 26 de junho de 2012

GALÁXIA M101, ou do CATA VENTO

A galáxia M101 (do catálogo de Messier), ou do New General Catalogue NGC 5457, pode ser observada em céus setentrionais, mais propriamente, na região da Ursa Maior. Foi descoberta em 1781, por Pierre Mechain, colaborador de Charles Messier (que também primeiro visionou a do Sombrero), e que lhe deu um nome francês (a sua nacionalidade) – galáxia do Molinete – a galáxia do Cata Vento. Esta imponente galáxia – cuja massa total está estimada em cem mil milhões de vezes a massa do Sol, é por nós vista de frente, em todo seu esplendor, fazendo lembrar uma girândola de fogo de artifício. É classificada como uma galáxia espiral (uma das maiores do género), e ocupa, na projecção do céu vemos, um diâmetro aparente quase igual à Lua! Não é visível à vista desarmada, mas a parte central é acessível a binóculos ou modestos telescópios. Só com um telescópio de 25 cms de abertura é possível começar a ver os braços da espiral e é necessária uma abertura de pelo menos 40 cms, para observar todo o conjunto. Encontra-se entre uns estimados 25 a 27 milhões de anos-luz, ou seja, quase dez vezes mais que a nossa vizinha Andrómeda. É bem maior que a nossa via Láctea, pois terá um diâmetro duns 170 mil anos-luz.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

TITAN


Saturno, como se sabe, é um dos últimos planetas do Sistema Solar. Curiosamente possui uma grande lua, Titan, a segunda maior de todo o sistema, quase o dobro do tamanho da nossa Lua. Maior mesmo, que o planeta Mercúrio. Só Ganimedes – uma das quatro luas que Galileu descobriu –, lhe ganha em estatura.

Tão longe como se encontra, só recentemente foi possível conhecer melhor a sua constituição, mercê das informações provindas da missão Cassini, uma feliz parceria entre as agências NASA, a europeia ESA e a italiana ASI, destinada a observar Saturno, os seus anéis e satélites naturais.

Sabe-se agora que Titan possui uma atmosfera mais densa que a da Terra, e que tem água. Porém, essa atmosfera é constituída por nuvens de metano e de etano, dois hidrocarbonetos e outros gases.

O metano – o mais simples dos hidrocarbonetos –, é por nós correntemente utilizado para produzir energia, por combustão.

O etano, que é obtido a partir do gás natural, ou da refinação do petróleo, tem grande importância industrial, pois dele se obtém o etileno, um composto de numerosas aplicações: serve de anestésico em pequenas cirurgias, é usado para amadurecer artificialmente a fruta e no fabrico de plásticos, está na base de vidros sintéticos, é um solvente para vernizes, tintas e óleos lubrificantes, além de muitas outras aplicações.

Uma mina de combustíveis!

Só que se encontra quase a 1.500.000.000 km de nós, 9 vezes e meia a distância que nos separa do Sol!

quarta-feira, 6 de junho de 2012

TRÂNSITO DE VÉNUS


No passado dia 6 de Junho deu-se um raro acontecimento celeste. O planeta Vénus intrometeu-se entre o Sol e a Terra e provocou aquilo que em Astronomia se chama trânsito. Tem as características dum eclipse, mas a parte eclipsada do Sol é minúscula, e nem pode ser observada à vista desarmada; sem comparação, neste aspecto, com os eclipses de Sol, provocados pela Lua.
Aí, o disco solar aparece sensivelmente igual ao do nosso satélite natural e, algumas vezes, tapa completamente o Sol.
No caso do trânsito de Vénus, o seu disco é muito mais pequeno que o solar (ver gravura) e apenas pode ser observado com meios ópticos apropriados.
O fenómeno durou mais de seis minutos, sendo possível visionar em muitas regiões do Globo. Mas não em Portugal (porque quando a Terra, Vénus e o Sol se encontravam no mesmo enfiamento, o astro-rei ainda se encontrava abaixo do horizonte). No Brasil, foi observado apenas em algumas regiões.
Estes fenómenos são raros. Há dois muito próximos no tempo, mas depois é preciso mais de cem anos para que tal volte a acontecer. O próximo só será visto no dia 11 de Dezembro de 2117!
Aquele que aconteceu no tempo de Edmond Halley (1656/1742), foi aproveitado pelo célebre astrónomo britânico, para determinar a distância Terra/Sol, pelo método da paralaxe, embora os instrumentos de medida, da época, não permitissem o grande rigor que hoje se consegue.