VÉNUS
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UM POUCO DE MITOLOGIA

Esta deusa foi uma das divindades mais veneradas na antiguidade. Segundo a lenda, nasceu da espuma do mar. Uma concha de madrepérola cobriu essa espuma, servindo-lhe de abrigo. Mais tarde, foi levada pelo mar até à ilha de Chipre, onde se abriu, fazendo surgir Vénus. Zéfiro, um dos oito ventos, entregou Vénus às mãos das Musas, que se encarregaram de criá-la e educá-la. A história da deusa prossegue com o seu casamento com Vulcano, o desajeitado e o feio deus que trabalhava na forja, coadjuvado pelos ciclopes, que eram uns horríveis gigantes de um só olho. Entre outras missões, fazia os raios do trovão, que Júpiter (o deus supremo) utilizava para descarregar a sua fúria e o seu castigo sobre os mortais que se portavam mal.
Sendo feio e desajeitado como era, Vulcano foi enganado de mil formas, por sua belíssima e sensual esposa.
A aventura amorosa que a deusa do amor teve com Marte, o deus da guerra, foi a mais escandalosa que se deu na morada dos deuses, o monte Olimpo, e desses amores nos faz eco Camões, numa passagem dos Lusíadas.
Encontravam-se muitas vezes, em local secreto. Ora, certa vez, Febo, também considerado como Apolo, o Sol, e que também amava Vénus, seguiu os dois apaixonados até ao seu esconderijo secreto e, espiando-os de perto, chamou Vulcano para se dar conta do que sucedia. Apanhando os amantes em flagrante, Vulcano envolveu-os numa forte rede invisível e chamou todos os deuses para que testemunhassem o adultério.
Desse amor com Marte, Vénus teve um filho, Cupido, ou Eros, o deus do amor.
Percebendo os males que Cupido poderia causar, devido ao adultério, Júpiter pediu a Vénus que se desfizesse dele, mas ela não lhe obedeceu. Como Cupido estivesse condenado a ser sempre criança, enquanto não tivesse outro irmão, Vénus teve outro filho de Marte, Anteros, ou o antiamor, "aquele que transforma o amor em ódio".
Além de Cupido, Vénus teve outros amores, como Baco (o deus do vinho).
Mas a sua maior paixão foi por Adónis, um mortal que era mais belo do que qualquer dos deuses. Por ele, Vénus fugiu do Olimpo e desdenhou da companhia dos deuses. Foi por isso que, Marte, cheio de ciúmes, se transformou em javali, atacou Adónis e o matou. Vénus, depois de muito chorar, transformou Adónis numa efémera e bela anémona.
Neptuno terá sido o seu último esposo. A lenda diz-nos que Neptuno, um deus marinho muito antigo, filho do Oceano e de Tétis, casou-se com sua irmã gémea, Dóris, que lhe deu cinquenta belíssimas ninfas marítimas que foram chamadas Nereidas. Neptuno tinha o seu palácio no fundo do mar, cavalos com crina de ouro que puxavam o seu carro por sobre as ondas, e ostentava um tridente. Apaixonou-se por Anfitrite, mas esta, temendo a severidade do deus e os perigos dos abismos, fugiu amedrontada. Refugiou-se nos rochedos próximos ao Monte Atlas, mas lá foi encontrada por dois golfinhos que a persuadiram a aceitar o amor de Neptuno. Anfitrite deixou-se convencer e os dois peixes a levaram para junto do deus marinho que, agradecido, pediu à Júpiter, seu irmão, que os imortalizasse.
Neptuno e Anfitrite formaram um casal muito feliz e de sua união nasceram não só inúmeras Ninfas marinhas, como também o mais famoso dos divinos seres da água, Tristão.
Uma outra lenda conta que dois golfinhos salvaram a vida de Vénus e de seu filho, Cupido, quando ambos eram perseguidos pelo gigante Tifon, durante a guerra que Júpiter desencadeou contra os monstruosos gigantes.
Hoje em dia, os astrónomos procuram desvendar os segredos mais íntimos da deusa - o planeta Vénus, o segundo a contar do Sol, ainda envolto em muita sombra e desconhecimento.
É o que veremos numa posterior postagem.