DILEMA

https://youtu.be/K_sAgzRbMu4

quinta-feira, 27 de março de 2008

COMETAS (4)

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O COMETA HALE-BOPP
tal como foi visto nos céus da Terra

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As crenças que os cometas têm alimentado, vêm de muito longe, no passado.
Eram, geralmente, de que são portadores de mensagens predizendo a queda de impérios, cataclismos naturais, morte e destruição.
Outros cometas, porém, terão passado por nós tão remotamente que, no meio da surpresa e medo, serviam às mil maravilhas a reis, a chefes e a religiosos que pretendiam legitimar novas leis, ou disposições. O cometa seria um sinal divino de que o povo deveria seguir de bom grado, o que fora promulgado.
É, porventura, o caso do espectacular Hale-Bopp (um dos mais brilhantes do século passado), que regressou às imediações da Terra, 4. 210 anos depois da última visita, o equivalente a 200 gerações!
Hoje, os astrónomos são capazes de calcular as datas das anteriores visitas destes corpos quase fantasmagóricos. Sabendo-se que ele passou nas imediações da Terra, no ano de 2. 213, antes de Cristo, os arqueólogos trataram de procurar em documentos da época, qualquer referência ao acontecimento. Mas, por hora, nada foi encontrado em hieróglifos, papiros, murais, textos chineses.
Por esse tempo, os egípcios construíam as três grandes pirâmides. Na China, aprontava-se o primeiro calendário. Por quase todo lado, exceptuando os já citados, a Mesopotâmia e a Índia, o homem ainda vivia da maneira mais primária, na chamada pré-História. Desconhecia a moeda, a agricultura e a escrita, dormia em grutas, vivia da caça e da pesca e do que eventualmente ia encontrando por onde passava.
Foi este mesmo Hale-Bopp que eles terão observado. Tem cerca de 40 quilómetros de diâmetro e foi redescoberto em 1995. Aquando da sua visita, a cauda estendia-se no vazio interplanetário, por uns 80 milhões de quilómetros, ou seja: 200 vezes a distância que nos separa da Lua, ou mais de metade da distância entre a Terra e o Sol. Nada, praticamente, mudou nele, desde a sua anterior passagem, embora perca 300 toneladas da sua matéria gelada, em cada segundo. Como se sabe, um dos piores inimigos da astronomia de amadores, ou de simples observadores da abóbada celeste, durante a noite, é a poluição luminosa. Mas mesmo assim, proporcionou um fascinante espectáculo nocturno e era tão brilhante que facilmente se poderia ver nas cidades e até foi observado em Nova York!

Estes artigos sobre cometas também são publicados regularmente no jornal Notícias de Lagos
Ver neste blog, as postagens anteriores, números 1, 2 e 3, desta série sobre os cometas.

terça-feira, 18 de março de 2008

O EQUINÓCIO DA PRIMAVERA

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Estamos perante um equinócio - o da Primavera. Os equinócios acontecem duas vezes por ano, quando o Sol, na sua aparente rota, cruza o plano do equador celeste. Isso dá-se na noite de 20 para 21 de Março, e entre 22 e 23 de Setembro. No hemisfério sul, ocorre o inverso. A variação entre esses dois dias sucede por força dos anos bissextos que fazem deslocar de um dia, o calendário. Nessa precisa data, o dia e noite têm igual duração. Sabe-se que, em Portugal, em épocas pré-históricas o acontecimento era festejado em Foz-Côa. Crê-se que isso acontecia no lugar de Tambores, onde existe uma gruta escavada num penedo de quase cinco metros de altura e que era um templo. No México central, sendo os seus antigos habitantes adoradores do Sol, esta celebração perde-se no tempo, muito antes de Colombo ter arribado ao continente americano. O rito (hoje retomado) é para honrar Quetzalcoatl "a serpente emplumada", o mensageiro dos deuses aztecas, relacionada, no céu, com o planeta Vénus. Mas também para os cristãos a data era festejada, dando continuidade a rituais mais antigos, de gregos e romanos. Ela anuncia a transição do tempo das trevas, a Quaresma, para o tempo da luz, a Páscoa - a ressurreição, o início duma nova vida. Um dos seus mais conhecidos ornatos, são os ovos da Páscoa, símbolo de fertilidade, representada na Grécia pela deusa Persefone e em Roma pela equivalente deusa Ceres.

segunda-feira, 3 de março de 2008

O NEUTRINO

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Uma partícula quase fantasma
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O número de neutrinos que chega à Terra é colossal. Têm características que os tornam quase indetectáveis, porque são partículas electricamente neutras (tal como os fotões), e ainda muitíssimo mais pequenas que eles. Assim, não são atraídos ou repelidos pela matéria comum e passam facilmente por entre ela, sem esbarrar com os núcleos de todos os elementos da natureza (atravessam o nosso corpo, em todos os sentidos, sem que demos por isso e sem nos causar qualquer dano), podendo também atravessar de lado a lado toda a Terra, (e mesmo o Sol), sem praticamente interagir com a matéria.
A existência desta partícula quase fantasma, tinha sido proposta pelo físico austríaco Pauli, em 1930, para tentar explicar determinados problemas que se punham com a desintegração do neutrão. Mas foi Enrico Fermi, ainda no mesmo ano de 1930, que elaborou um modelo para o átomo, que incluía o neutrino. Como era italiano, chamou-lhe neutrino, ou seja: pequeno neutrão.
A existência da partícula acabou por ser provada. Uma das primeiras experiências, foi feita no Japão, envolvendo 50. 000 toneladas de água. O neutrino, de onde em onde, embora muito raramente, acaba por interferir com a matéria e produzir luz, que era captada e registada num dos 17. 000 tubos que compunham o sofisticado equipamento.
Porém, subsiste um mistério, como anteriormente referimos. Porque é que chegam à Terra muito menos neutrinos dos que são previstos teoricamente?
Haverá qualquer coisa que ainda não foi bem compreendida nessa partícula fantasma, ou haverá algum erro importante, nos mais recentes modelos que procuram explicar o funcionamento do Cosmos?