Hoje, para variar,
vai um extracto do meu livro de ficção extraterrestre "Eram Dinossauros",
onde aparece uma descrição romanceada
do que é uma super-nova.
do que é uma super-nova.
-
A implosão duma gigante é um acontecimento apocaliptíco, como Zstst frisara. Nada se lhe compara, em violência. É como se a estrela, à beira da morte irredutível, gritasse a vacuidade de ter vivido, o fim anunciado de todas as veleidades, num inferno de desespero, até à consumação do tempo. Mas a morte violenta duma estrela, é também o lodo de que Anaximandro diz ter sido feita a Vida numa infinidade de mundos donde evoluirão os homens que somos, a majestosa e mítica cleyera ochancea, o Lap-Tamo que, em tempos remotos, veio trazer frutos capitosos ao povo da Nova Guiné, o holoptychius do planeta biológico de Baleia, ou a hiperexótica ichthyostega sideral, cor de prata, dos lagos gelados do pulsar do Caranguejo.
Uma supernova é como se fosse um Big Bang, em miniatura. Mas mesmo assim suficiente para anunciar a Ressurreição. O calor e as forças reinantes no interior duma tal estrela, são quase infinitas – ou infinitas, mesmo!...–, se considerarmos a nossa pequenez, a dimensão das nossas vidas. O estertor final duma estrela agonizante anuncia o Caos e o Brama, a ressurreição de todos os elementos do Cosmos; e é esse adeus à vida, feito de pressões e temperaturas inimagináveis, que sintetiza os metais pesados. Eles são a utopia de todas as conquistas, com que mais tarde se há-de chegar à tecnologia e aos outros planetas das estrelas, e que fazem a balbúrdia das nossas vidas:
A prata e a platina; o chumbo, que os Romanos utilizavam para moldar em barro, a eternidade, no bronze das estátuas; o zinco; o cobalto tido como génio maléfico na mitologia germânica; o gálio que lembra o alumínio; o bismuto e o selénio, para fazer electricidade em pó; o níquel comum; o esguio mercúrio, com que Lavoisier concluiu que nada se cria, nada se perde; o estanho da lata; o cobre, para fazer tachos, fios, anéis de ouro, hélices, amuletos, moedas, cataplanas, alambiques, bugigangas; o cádmio, amante de neutrões lentos; o estrôncio, primo do cálcio, que serve para pouco, a não ser para dar cabo dos ossos das criancinhas, em Hiroshima, ou no atol de Mororoa; o césio, pior ainda, maldito até à última geração; as luzes coloridas do crípton e do xénon; o zinco, das pilhas de Volta, e que, em menino, vi dar hidrogénio, em laboratório; o tântalo e o háfnio; o irídio, do museu de Sèvres e da fronteira C.T., onde se afogaram os dinossauros terrestres; o lantâneo, o cério, o neodínio, o promécio, o samário, o európio, o galodínio, o holmo, o túlio, o lutécio, que lembram os frutos exóticos de Tau Ceti; o paládio, que Pons julgou descobrir a pólvora; o ouro, da máscara de Toutakanon; o molibdénio, das lâmpadas e das rótulas; o térbio, com que se espera ir à Andrómeda pelo hiper-espaço; o tungsténio e o ósmio, e os outros todos, até ao urânio, na tábua de Mendlief, sintetizados no estertor final da gigante.
Tempo das estrelas e tempo dos átomos, este tempo cósmico onde vivemos a nossa vida! Ciclo macroscópico feito de pequenos nadas!
-
-
Somos efectivamente feitos do pó das estrelas!
-
Ou: "... como o climax fugaz que conduz o sémen redentor! " – na versão de Zstst, procurando trazer de novo, o discurso, ao tema que ali os reunira: "Do protoplasma às ondas-rádio".
.
Nota do autor: Zstst (um dinossauro dum planeta distante)
é uma das principais personagens de
"ERAM DINOSSAUROS",
(a publicar).
6 comentários:
Bem, boas sorte em mais esse,sei que terás.
Meu amor, se a linguagem do livro for assim na física terei que voltar a estuda-la... promete ser edificante, céus como é alta essa escada, bjo.
Gostando...Parece ser uma boa leitura. Aguardo. Quem sabe quando sair eu até possa adquirir...
E, permita-me,
Valquiria, hoje com mais tempo, ou melhor, com os neuronios reestabelecendo sinapses depois da longa jornada de trabalho que enfrentei, volto ao seu blog, que se não me engano era cheio de fadas brilhantes - Valquírias? - para realmente visitar e ele sumiu ! quiquiacunteceumeudeus?
Amigo Vieira Calado,
Gostei de ler este trecho. Cá ficamos á espera do seu Livro.
Um abraço
Joy
Olá dona Urtigão, te responderei aqui, que me permita o Calado.
Estive com os blogs bloqueados, mas graças a Deus consegui reave-los, mas estou com o pc no tecnico, devo voltar no fim de semana a postar... obrigada por perceber, neste caso me sinto feliz por saber que alguém sentiu minha falta, bjos no teu coração.
Oi, querido!
É bom saber que: "Somos efectivamente feitos do pó das estrelas!"
Por isso, cada um tem o seu brilho próprio!
Beijinhos!
Postar um comentário